Dois mundos, um sentido.
Aguardava-te na pousada das estrelas. Vinhas sempre. Uma palavra, um verso, um sonho. Os teus olhos eram o espelho dos meus. Vascolejávamos a carne e o sangue acendia o fogo da paixão. Éramos únicos. Exemplos de criação divina. Escolhidos magistralmente. O mundo todo era apenas um caminho. O nosso. Não havia razão para esperar. Partimos no primeiro solstício de verão. Viagem longa com muitas árvores a contornar. Mas,.. um partiu e o outro ficou. Primeiro erro da indivisibilidade do ser. Ajustes imperfeitos, cedências acordadas, perdas de visão, quebras de inocência, obliterações naturais, incursões no planeta gelado. Outros enganos. No expresso do oriente, milagres animam a viagem. Cabe-lhes a herança dos que nunca chegaram a embarcar. Recipientes vivos de frustração. Desculpas. Dedos apontados em direcções opostas recarregam a animosidade. Ecos de solipsismo. Não há tempo para moralismos. Onde estás? Ainda te sinto. Unidos pela diferença é tempo de partir para o país do progenitor para nunca mais voltar!
Um mundo, dois sentidos.
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