terça-feira, 4 de maio de 2010

Desabitado

Esbarrei nos vértices da agonia sem saber que afinal era essa a minha vida.
Travessia incompleta do infindável deserto sem nunca ver a estrela polar.
Feral destino!
Pérfidos e ambígenos estes dias de olhos vazios.
Manso e sorridente fui deixando aquela cânula entrar no ouvido.
Pelo ladrar dos peixes, bem que poderia ter desconfiado que era para me beberem o miolo.
Fica aqui a promessa que do tonel craniano ainda há-de sobrar vinho para nós os dois!

1 comentário:

  1. Simplesmente fantástico ! Não tenho palavras para descrever tão bela escrita ! Um dia já não me admiro de ver nesta página uma poesia de António Aleixo ,que aqui o encontro e aqui o deixo ..bjs

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