domingo, 31 de julho de 2022

Ciclame

Com vigorosas pegadas de titã
Vou no encalce do ciclame
Preciso de invernáculas flores de ópio
Nesta itinerância entre as raízes e o armagedão
Levo na mão todas as conjugações adversativas que posso
Guardo na alma um ninho de pássaro
Que me desprende os olhos do choro.
Nego a palavra poente
Nada me detém
Quem poderia deter o único sobrevivente
Do incontornável naufrágio da razão?
Escarlate, carmesim, vermelho, encarnado, sangue...
É a minha cor.
Em nada se distingue de uma rosa
Azul que nem centáurea de Novalis.
A verdadeira cor do mel

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