domingo, 2 de maio de 2010

Não me mintas

Não me mintas!
Diz-me que as aves não voam,
porque lhes cortaram as asas da razão.
Diz-me que os peixes não nadam,
porque se afogam nas mágoas de um tempo inútil.
Diz-me que a neve é de luto,
porque lhe suprimiram a luz da manhã.
Diz-me que o infinito acaba,
porque perdeu a caravana do sonho.
Diz-me que o círculo não é redondo,
porque foi morto na geometria do impossível.
Queima-me os olhos, mas não me mintas!...
Doce engano.

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